Milagre em Juazeiro

A polêmica ultrapassa os fatos, quando no sertão nordestino, cercado de problemas sociais, o misticismo impera como reação dos mais humildes, aquilo que não conseguem compreender ou transformar.

Aonde o conservadorismo não alcançou, se fez a palavra de beatos, padres e conselheiros.

Então o mítico assunto 120 anos após o Padre Cícero Romão Batista recolher da boca da beata Maria de Araújo, a hóstia transformada em sangue.

A credulidade dos romeiros não é gratuita, tivemos sérias comprovações na época que confirmavam a veracidade do milagre, apesar da beata, no  inquérito ter afirmado que sofria 'incômodos" no estômago, e que comprovadamente sofria de ataques nervosos desde os 2 anos de idade, de onde uma única vez tivera sangramento na boca.

Vale ressaltar que neste momento a Igreja passava para o combate ao catoliciosmo popular, propagando o romanismo, então o "embuste" foi perseguido pelo representante leal ao clero de Roma, o bispo Dom Joaquim.

Várias medidas foram adotadas quanto ao Padre Cícero, dentre elas destacamos: Proibição de pregar, confessar e orientar os fiéis e a condenação do milagre; Porém, nada afastou os romeiros de poder visualizar o milagre.

Historicamente vale ressaltar a importância que Juazeiro do Norte, passou a ganhar pela constante presença dos romeiros, e consequentemente a influência política e social que o Padre passou a ter em toda a região.

O crescimento econômico da cidade é sem dúvida uma consequência direta da crença, ou teria sido este o verdadeiro milagre?