Primeira República - (parte I)

Podemos associar quatro grande motivações para a crise do Segundo Reinado:

1 - A abolição da escravatura, desencadeada pela Guerra do Paraguai e pelos  movimentos abolicionistas;

2 - O fim do entendimento entre Igreja e Estado;

3 - Instabilidade política proporcionada pelo descontentamento dos cafeicultores e o surgimento dos partidos republicanos;

4 - A crise dentro do exército, que buscavam a organização do controle político nacional.

Logo após a deposição de D. Pedro II, foi instituído um governo provisório, para reorganizar a administração da república brasileira.

República da Espada (Militares)

I - Governo de Deodoro (1889 - 1891)

Características do governo provisório:

1. Separação entre Igreja e Estado.

2. Grande naturalização.

3. Eleições para Assembleia Constituinte.

4. Encilhamento (Rui Barbosa):

Objetivo – industrialização.

Meios – emissão monetária.

Consequências – crise econômica, inflação, especulação financeira.

5. A Constituição de 1891 ( Primeira Constituição Republicana):

I - República Federativa com autonomia para os estados;

II - 3 poderes: executivo, legislativo (bicameral) e judiciário;

III - Voto universal masculino (excluindo-se mulheres, menores de 21 anos, analfabetos, mendigos, padres e soldados);

IV - Voto aberto.

V - Eleições diretas (excetuando-se a primeira eleição presidencial, vencida por Deodoro).

A eleição realizou-se em meio a tensões muito grandes entre militares e civis, pois o Congresso Nacional era francamente contrário a Deodoro.

1 - Em primeiro lugar, porque este ambicionava fortalecer o seu poder .

2 - Em segundo, devido à impopularidade e ao desgaste de Deodoro, motivados pelas crises desencadeadas pelo "encilhamento".

O período constitucional do governo Deodoro, entretanto, durou apenas 9 meses, sendo interrompido pela renúncia do presidente, em meio a uma crise política e econômica. 

II - Governo  de Floriano (1891 - 1894)

Os primeiros atos de Floriano foram: 

A anulação do decreto que dissolveu o Congresso; 

A derrubada dos governos estaduais que haviam apoiado Deodoro; 

O controle da especulação financeira e da especulação com gêneros alimentícios, através de seu tabelamento;
Medidas populares no RJ: redução dos preços de aluguéis, construção de casas, populares, destruição de cortiços e redução de preços de carnes - Florianismo.

Durante seu governo, enfrentou duas revoltas: 

1.  A Revolta da Armada (RJ, 1891 - 1893)

Segundo a Constituição de 1891, em caso de renúncia do presidente, antes de completados dois anos de mandato, novas eleições deveriam ser convocada pelo vice. 

Mas Floriano decidiu completar o quatriênio para o qual Deodoro havia sido eleito, o que provocou reações entre os militares.

Foi um movimento de rebelião promovido por unidades da Marinha do Brasil contra o Exército e o governo de Floriano Peixoto.

Os líderes da Marinha e integrantes do movimento foram derrotados pelas tropas do governo.

2.  A Revolta Federalista (RS e SC, 1893 - 1895)

O novo presidente destituiu todos os governadores que apoiavam Deodoro da Fonseca. Essa medida foi especialmente polêmica no Rio Grande do Sul, onde uma grave crise política se instalou em razão da disputa pelo poder naquela província.

A luta ocorreu entre os denominados pica-paus, favoráveis ao governo, e maragatos, contrários ao governo. 

Os pica-paus desejavam mais centralização do poder, enquanto os maragatos queriam mais autonomia para os estados.

A revolução teve reflexos em Santa Catarina. Floriano Peixoto mandou matar 185 maragatos na fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim , na então Ilha de Nossa Senhora do Desterro.

Desterro passou a se chamar Florianópolis, em homenagem a Floriano Peixoto. 

Seu governo, assim, foi conturbado política e economicamente, derrubou o primeiro presidente e valeu ao segundo a alcunha de Marechal de Ferro, pela maneira com que reprimiu todos os focos de oposição. 

Em 1894, Floriano transmitiu o cargo a Prudente de Moraes, republicano histórico e primeiro presidente civil do novo regime. 

Bom estudo galerinha.